"ERA UMA VEZ... UM SONHO...

"ERA UMA VEZ... UM SONHO...

... o sonho de manter acessa a chama vibrante, intensa e colorida da infância. Um tempo marcado pelo encantamento da atmosférica onírica que rege a primeira e mais importante fase de nossas vidas. Uma época singular, rica, pessoal e intransferível..." Pedagogia do Amor (Gabriel Chalita)

Ser professor é...

Ser professor é... Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou... Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original... Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender... Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado. Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo". Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

quarta-feira, 16 de março de 2011

História

A Passeata da Emília

           - Dona Dora, aqui é a diretora da escola da Emília.
           - Ai, meu Deus! O que foi que a minha filha aprontou?
           - Calma, dona Dora, ela não aprontou nada muuuuiiito grave! Ela é uma das melhores alunas da sua classe.
           - Então, o que aconteceu? Ela se machucou?
           - Não, dona Dora. Ela... Calma, dona Dora, eu explico. É que ela começou uma passeata aqui na escola, ela está reivindicando aula nas férias de julho e de fim de ano!
           - O quê?! A Emília quer ter aula nas férias também?
           - Pois é! ela até já conveceu alguns coleguinhas! estão começando uma passeata. Será que a senhora poderia vir aqui?
           Meia hora depois:
           - Emília, minha filha! Emília...
           - Queremos aulas nas férias! Queremos aulas nas férias! Queremos aulas nas férias! Queremos aulas nas férias! Mãe, eu tô ocupada!
           - Emília, para, Emília!
           - Mãe, tô ocupada! Não tá vendo? Queremos aulas nas férias!
           - Me obedece, hein?! Senão eu vou tomar uma providência.
           - Mãe, tô ocupada! Queremos aula nas férias! queremos...

           - Foi você quem pediu. (Cócegas.) Acorda já! (Mas cócegas.) Vamos acorda menina! (Mas cócegas.)
           - Para, manhê. Hã! Eu tava sonhando?!
           - Estava. e no primeiro dia das férias! A Aninha e a Juju estão lá fora te esperando pra brincar. Vamos, levanta.

           - Aula nas férias?! Nem em sonho!

                                                                               Tereza Yamashita e Luiz Bras
     

O retorno ao ano letivo sempre traz muitas novidades. Como devem ter sido as férias de seus alunos? Aproveite o gancho desta histótia para descontrair a turma, conhecer melhor os estudantes e, digamos, "quebrar o gelo".
O que fizeram nos dias de folga? Sempre há algo novo para contar. Uma viagem, uma brincadeira diferente, hospedagens na casa de parentes e até algum programa de televisão que ainda não tinham visto por falta de tempo.
Pois a proposta aqui é reunir todas essas informaçãos em um clássico escolar: a redação. sim, por que não?! Você, professor, deve avisar aos navegantes que o objetivo da atividade está longe de qualquer proposta de avaliá-los. O propósito é apenas o de dividir entre eles os momentos mais marcantes de um período que costuma ser muito agradável.
Para inspirá-los, comece conversando com eles sobre os dias de descanso de maneira muito informal. Você vai ver que um assunto puxa o outro e as novidades vão surgindo. Quando o clima estiver bastante descontraído, proponha que organizem as ideias no papel da seguinte forma:
1 - Uma introdução, apresentando o fato mais marcante das férias. É a hora de dizer rapidamente o que aconteceu, quando de que maneira, onde e por quê.
2 - Logo em seguida, podem desenvolver cada um dos pontos apresentados na introdução, contextualizando, isto é, fornecendo mais detalhes sobre o(s) evento(s) em questão.
3 - Por fim, é hora d4e concluir, expressando o que o(s) fato(s) relatado(s) significou(aram) para eles.
Mantenha a descontração enquanto eles escrevem para que as lembranças fluam sem a pressão de uma produção que os coloquem em prova. O objetivo aqui não é nem que você, professor, recolha o material. Seria interessante que, depois que todos terminassem, fosse feito um troca-troca dos textos. Cada um leria a redação de outro amigo e a turma, com base no bate-papo inicial, tentaria identificar a quem aquela produção pertence. Vamos lá?!

domingo, 13 de março de 2011

Para Que Ler?



É notável que, quanto mais cedo se começa a ler, maiores são as chances de se tornar um leitor assíduo. Sabemos também que, à criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores, e é através dela que enriquecemos nosso vocabulário, obtemos conhecimento, dinamizamos o raciocínio e a interpretação.
A leitura frequente, ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler, também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.
Sendo assim, torna se imprescindível que o hábito da leitura seja estimulado desde a infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz.
A leitura é extremamente importante, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas também por permitir a todos a entrada em um mundo diferente, cheio de sonhos e idéias.
Vale ressaltar que, é cientificamente comprovado que crianças que tem o hábito de ler desde bebezinho se torna muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida, sem contar que desenvolvem o senso crítico e mantem em um nível alto o rendimento escolar. Isso quer dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro dos seus filhos e alunos.



Texto Ti@val
Vídeo http://www.youtube.com/watch?v=mccatnL2AY8
A MENINA QUE ODIAVA LIVROS

Este vídeo conta a história de Nina, uma menina que não gostava de ler, mas que, ao se deparar com o rico universo da leitura, descobre entusiasmada uma nova e fascinante realidade.
Como instrumento motivacional, um conto infantil animado, pode incentivar os mais jovens ou não alfabetizados. Pode ser usado também como material para discussão em sala de aula, para qualquer grupo etário ou nível de aprendizado.
Os educadores ou pais, pode sugerir que ao assistir o vídeo, o aluno ou filho, descreva com suas palavras aquilo que concluiu, suas primeiras impressões, o que entendeu e que lhe interessou. É importante saber que, nunca se pergunta a criança o que ela aprendeu com a exibição de um filme, pois isso é inadequado, inapropriado, um equívoco da parte de alguns educadores.
Não se aprende vendo ou assistindo alguma coisa, mas, ao assistir ou presenciar, o espectador apenas recebe informações que poderão ampliar seu universo opinativo, seu repertório para julgamento e melhor avaliação das coisas à sua volta.
Só a partir disso, com o tempo, com a aplicação das instruções recebidas ou percebidas, no seu dia a dia, poderá então transformar isso em experiência pessoal, reestruturando inclusive seu comportamento. Cumpridas estas etapas o aprendizado estará então caracterizado e incorporado à sua personalidade.




sexta-feira, 11 de março de 2011

2º Domingo de maio / Dia das Mães
Saudades sua, minha mãe (+ 05/03/1995)
Atividades






























Modelos e moldes de lembrancinhas para as mães

Fonte: Blog Espaço educar

Fonte: Blog da Jacirinha

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Professor Pode Ensinar A Ler E Escrever Ao Mesmo Tempo

Artigo de Jorge Elissander Novato Balbino
O professor pode ensinar a ler e escrever e ao mesmo tempo, ensinar as finalidades de leitura e da escrita nas diferentes situações sociais nas quais esses objetos culturais estão presentes.
Ensinar, presenciar atos de leitura dentro e fora da escola, induzir o aluno a ouvir e perceber a leitura com a finalidade de proporcionar a esse aluno as relações das mais diversas modalidades de textos e suas relações com o meio e o mundo, procedimentos que levam o leitor a diferenciação através do uso de jornais e livros levando ao educando a concepção de como se lê.
O educador deve mostrar ao seu educando para que serve a leitura, mostrando a necessidade primordial que vem ser a comunicação tanto para com o professor, com os outros colegas e para se comunicar e interagir com o mundo, respeitando sempre o conhecimento do aluno.
As atividades de leitura para crianças que ainda não sabem ler favorecem a aprendizagem, a reflexão e a escrita, levando à criança a pensar a escrita e a discutir entre elas avançando no conhecimento.
Freqüências de atividades que levem o aluno  a chegar a escrita, reconhecendo sempre os seus saberes, a utilização de vários e diversos textos impulsiona o educando a leitura  prazerosa.
A utilização de um texto que seja a fonte de conhecimento, ou seja, notícia para ser reescrita pelos alunos destacando o mundo que se pode olhar e explorar, textos de conhecimento dos alunos como contos podem e devem ser usados no processo de ensino-aprendizagem com a finalidade de aprender a ler e escrever, ressaltando a importância do conhecimento lingüístico e não o do tema.
O educador deve incentivar a interação entre pares onde o aprendizado é mutuo, com a ajuda dos que tem mais conhecimento para com o que tem dificuldades, o professor assume o papel de facilitador, as crianças são levadas as descobertas por si mesmas.Deve-se chamar a atenção para textos claros e objetivos evitando textos distorcidos que levam o educando a um conflito e retrocesso no processo de ensino. A igualdade de condições deve ser um dos pontos fundamentais que levam a criança a se planejar para se organizar.
O professor pode ensinar a ler e escrever, oferecendo aos alunos atividades que favoreçam a aprendizagem a quem ainda não sabe ler, isto é leituras que levem a reflexão, que despertem  a curiosidade e leve a criança a pensar na escrita e discuti-la entre eles para avançarem no conhecimento.
O processo de ensino aprendizagem deve considerar a utilização da biblioteca constantemente. A seleção de histórias com textos envolventes, a diversidade de materiais com qualidade, a utilização de ilustrações que enriqueçam  e envolvam sem lados obscuros, materiais audiovisuais, estes  de grande importância  para a expressão dos significados e diferentes expressões culturais.
A utilização destes materiais dá oportunidade para recordar, resumir e parafrasear, levando a criança a pensar a história como um todo sintetizando informações, a criança ao repetir a história, ou reinventá-la com suas próprias palavras, já tem a concepção de ler e escrever, reforçando que o professor pode sim ensinar a ler e escrever ao mesmo tempo desde que fuja do ensino tradicional e invista numa maior participação do aluno de forma prazerosa e contínua.
JORGE ELISSANDER N. BALBINO
JORGE ELISSANDER N. BALBINO - Perfil do Autor:
Graduando do curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/MG (CES/JF)
O aluno, o professor e a pedagogia do prazer
Como aplicar esta matéria em sala de aula
Colegas professores,

Este artigo aborda uma questão atual da educação: a “pedagogia do prazer”. O artigo não pretende discutir em profundidade os méritos dessa pedagogia e nem mesmo abordá-la em suas particularidades. Quem quiser se aprofundar no assunto pode procurar referências dela nos autores que a idealizaram, como Piaget, Freire e Rogers, por exemplo. O propósito do artigo é propor uma reflexão sobre a máxima de que “só se aprende aquilo que nos desperta prazer” e no impacto que isso tem causado nas escolas.
Se por um lado aprender pode ser divertido e prazeroso, por outro, não há nenhum método que funcione “sempre” e nem “para todos” pelo qual se possa ensinar de maneira que o aluno sempre tenha prazer em aprender. O que fazer então?
Se só aprende quando se tem prazer em aprender e, se sempre for possível achar um meio de ensinar de forma prazerosa, então quem ensinará aos professores as formas prazerosas de ensinar? Ou deveria o professor ser naturalmente capaz de despertar o prazer de aprender em todos os seus alunos?
Como é possível ensinar de forma prazerosa algo que o aluno antecipadamente “não gosta”, mesmo que ele desconheça do que se trata?
A “pedagogia do prazer” é um termo bastante em uso em nossos dias. Por trás dela há uma idéia já tantas vezes repetida que passou a soar como uma máxima, uma “lei pedagógica”: só se aprende aquilo que se tem prazer em aprender.
A idéia é realmente ótima, pois aprender de forma prazerosa é certamente muito mais fácil e agradável do que aprender de outra forma qualquer, mas será mesmo que isso é sempre possível?
Esse artigo da seção “Erro Padrão” pretende propor uma reflexão entre professores, alunos e comunidade sobre esse tema atual e intrigante, pois, se por um lado parece difícil discordar da máxima da pedagogia do prazer, por outro parece que essa máxima existe muito mais na teoria de educadores “teóricos” do que nas práticas de sala de aula, onde o conflito entre o “prazer de aprender” e o “prazer de ensinar” ditam regras mais pragmáticas.
Meu garotinho tem três anos. Dia desses, almoçando na casa de amigos, fomos servidos com deliciosas ameixas como sobremesa. Ofereci uma ao meu garoto, mas ele recusou prontamente dizendo que “não gostava”. Perguntei-lhe então se ele sabia qual era o gosto daquela ameixa e ele correu para mordê-la e experimentar. Depois da mordida na minha ameixa ele quis a dele e a comeu com muito prazer.
Meu garoto não é assim tão original que não sirva de exemplo para um comportamento que, na verdade, todos temos: desgostar de muitas coisas que desconhecemos. Muitas pessoas odeiam ostras embora nunca tenham comido uma delas. Eu sou uma dessas pessoas, por exemplo.
Também não é raro que passemos a gostar de algo de que antes “desgostávamos” depois de termos experimentado esse algo pela primeira vez. Comigo foi assim que aconteceu com a berinjela. Eu odiava berinjela antes de comê-la pela primeira vez. Agora que já a experimentei não a odeio mais, embora não seja minha comida predileta.
Por fim, também há coisas como o quiabo, que eu odiava antes de conhecer e passei a odiar ainda mais depois de conhecê-lo.
De certa forma a escola é como uma grande mesa de banquete, onde diferentes alimentos preparados de diversas formas e por distintos cozinheiros estão à disposição dos nossos alunos. Na escola se pode tanto odiar algumas disciplinas quanto amar a outras tantas. Alguns dizem que o segredo da boa comida está nas mãos do cozinheiro, assim como o segredo da paixão de alguns alunos por certas disciplinas está na pedagogia de certos professores. Talvez isso não seja de todo verdadeiro, pois nunca achei um cozinheiro que me fizesse gostar de quiabo e talvez não haja um professor capaz de fazer qualquer aluno gostar de sua disciplina, mas o fato é que o tempero próprio de cada professor dá realmente um sabor diferente à sua disciplina.
Atualmente se discute muito a “pedagogia do prazer” e é comum se ouvir dizer que “o aluno só consegue aprender aquilo que lhe dá prazer” ou, equivalentemente, “aquilo que pode ser aprendido por ele de forma prazerosa”. Essa é uma tese aparentemente difícil de ser rebatida, pois todos concordamos que é muito melhor aprendermos algo que nos dê prazer do que outra coisa que nos pareça desagradável.
Diante dessa afirmativa, aceita muitas vezes tacitamente como uma verdade inquestionável, o professor se vê à frente de um labirinto de “caminhos possíveis do prazer” e nenhuma placa indicando qual é o melhor caminho a ser seguido. Na verdade nem sabemos se sempre existirá um tal caminho.
Será que isso quer dizer que devemos ensinar aos nossos alunos apenas aquilo de que eles “gostam” ou que eles “querem” que lhes ensinemos? Mas, assim como meu garoto, que nunca tinha comigo ameixa antes, nossos alunos estarão aptos a saber do que não gostam mesmo antes de experimentar? E quem iria querer aprender Física, por exemplo?
Pesquisas feitas com alunos ingressantes no ensino médio apontam a disciplina de Física como a que tem maior rejeição entre os alunos. A maioria dos alunos “odeia Física” mesmo antes de terem sido oficialmente apresentados a ela.
Muitos professores interpretam esse ódio antecipado à Física como imaturidade dos alunos, pois não parece concebível que alguém odeie algo antes de conhecê-lo (e principalmente porque os professores de Física aprenderam a amá-la e não a odiá-la). Mas eu, que amo a Física e odeio as ostras sem nunca tê-las comido, não me sinto imaturo em meu ódio. Ostras me repugnam assim como deve repugnar aos alunos do ensino fundamental uma disciplina da qual só ouvem barbaridades dos colegas que a cursam no ensino médio. Física reprova muita gente, envolve cálculos matemáticos, é cheia de fórmulas e “decorebas”, os professores são arrogantes e metidos a cientistas e, além de tudo isso, ainda temos um motivo a mais que passou a ser apontado pelos alunos principalmente na última década: Física é inútil, não serve para nada.
É claro que a Física, usada aqui como exemplo, é apenas uma ilustração que retrata bem o problema, mas na verdade em diferentes graus de “ódio” todas as disciplinas enfrentam críticas parecidas.
O que eu odeio na ostra não é o seu sabor, que desconheço, assim como desconhecem os conceitos e utilidades da Física aqueles que a odeiam sem nunca terem-na experimentado, o que eu odeio da ostra é aquilo que penso dela a partir das informações que antecipadamente tenho (ou penso ter) sobre ela, sejam essas informações “corretas” ou “incorretas”. Ostras me parecem gosmentas e são comidas “cruas”, talvez “vivas”. Eu não gosto de comer animais gosmentos, crus e vivos. Talvez eu esteja errado, não sei, não entendo de ostras e nunca quis entender, mas eu realmente odeio ostras, assim como muitos alunos odeiam a Física. Esse “ódio” pode até mesmo ser irracional, como parece sê-lo, mas isso não o impede de existir.
Talvez eu venha a gostar de ostras se algum bom cozinheiro me falar mais sobre elas, ou se me apresentar um prato de ostras que me pareça menos nojento, quem sabe... Alguns alunos também passam a apreciar a Física e as ciências em geral quando têm professores capazes de “preparar boas receitas pedagógicas”. E isso nos leva a outra questão sobre a “pedagogia do prazer”: É realmente possível criar receitas pedagógicas prazerosas para se ensinar qualquer assunto?
Muitos pedagogos que não costumam pisar em salas de aula costumam dizer que sim, que é perfeitamente possível contextualizar as situações de ensino-aprendizagem de uma forma interessante, dizem que se pode ensinar de forma lúdica, explorar novos recursos como as diversas mídias etc., mas quem realmente sabe fazer isso? Quem tem boas receitas sobre o preparo de ostras?
E o que dizer do quiabo? Eu realmente odeio quiabo e já me disseram que existem muitas receitas deliciosas para se preparar um bom prato de quiabo. Odiei todas as receitas que já experimentei. Talvez exista mesmo uma receita de que eu goste, mas será que eu estou disposto a experimentar muitas receitas novas, talvez dezenas delas para, só depois, quem sabe, descobrir que eu gosto de quiabo? E quanto aos alunos, quantas vezes deveremos lhes ensinar Física, e de quantas maneiras diferentes, para que um dia descubram, talvez, que gostam dela? E se, assim como eu e o quiabo, eles e a Física sempre se odiarem, teremos nós fracassado então como professores?
Eu penso que talvez o mundo deva se conformar com o meu ódio pelas ostras e pelos quiabos, assim como muitos professores talvez devam se conformar um pouco também com o ódio de alguns alunos pela Física ou por outra disciplina qualquer. Isso, a princípio, parece frustrante, mas será mais frustrante do que a sensação de que todo o fracasso que ocorre no processo de ensino-prazeroso é culpa do professor, do material didático ou mesmo da escola? Será mesmo que todos devemos aprender a gostar de Física, ostras e quiabos? E onde fica a nossa individualidade?
Eu posso viver muito bem sem comer ostras e quiabos, ou pelo menos penso que posso. Muitos alunos também pensam poder viver bem sem aprenderem sobre ciência. Eu posso estar errado sobre minha autonomia gastronômica e os alunos também podem estar errados sobre a independência educacional deles, mas como poderão nos convencer do contrário?
Eu tenho a minha disposição muitas comidas que me agradam e que, na minha opinião, me permitem abrir mão das ostras e quiabos. Os alunos também parecem ter muitas outras opções de coisas “mais prazerosas” para fazerem na escola e fora dela do que aprender sobre ciência, por exemplo. Enquanto eu puder escolher o que comer, eu não pretendo comer ostras e quiabos e duvido muito que os alunos que odeiam Física também deixem de exercer esse “direito de escolha prazerosa” sobre o que querem ou não gostar de aprender.
Mas então, porque eu me recuso a comer ostras e quiabos e, no entanto, me recuso também a permitir que os meus alunos abstenham-se de aprender sobre ciência, ainda que não gostem dela? Não estaria eu sendo um professor incoerente?
Na verdade há muitas explicações possíveis para esse aparente paradoxo, mas duas delas talvez sejam as mais importantes: meu prazer em ensinar e a certeza de que não há nenhum prato mais nutritivo que a ciência! Acho que o mesmo se aplica a qualquer outro professor e sua disciplina.
Se eu, como professor e educador, não tivesse um enorme prazer em ensinar, assim como o cozinheiro tem prazer em criar receitas saborosas, provavelmente já teria mudado de profissão e estaria fazendo algo que me desse maior prazer. Portanto, embora alguns alunos odeiem realmente a Física e eu compreenda que eles realmente a odeiam, meu prazer está em tentar fazer com que eles desenvolvam um gosto mais prazeroso por ela, mesmo que essa não seja a vontade deles, assim como fizeram comigo no “quesito berinjela”. Aqui parece haver um “saudável conflito entre o meu prazer em ensinar e a falta de prazer de alguns alunos em aprender”, mas conflitos fazem parte da atividade pedagógica, não fazem?
No quesito “nutrição do saber” eu tenho a clara concepção de que as vitaminas, proteínas e sais minerais contidas na ciência não podem faltar na dieta de sabedoria dos meus alunos, assim como também não podem faltar as guloseimas de que eles gostam muito mais, como namorar, jogar videogame, passear, ir para as baladas etc. Eu creio que posso substituir os nutrientes das ostras e quiabos comendo outras coisas, mas desconheço outros conhecimentos que contenham os mesmos nutrientes educacionais que a ciência, e isso é um fato para mim, embora possa não ser para os meus alunos. Novamente temos um conflito entre a crença da inutilidade da ciência por parte de alguns alunos e a minha crença sobre sua utilidade e, novamente, esse conflito me parece saudável.
Assim, embora eu reconheça que alguns alunos podem nunca vir a gostar de aprender sobre ciência e nem eu vir a gostar de quiabo, eu também reconheço que devo ensiná-los, tanto por “dever do meu ofício”, quanto pelo meu prazer pessoal em enfrentar esses desafios. Como qualquer bom cozinheiro o professor tenta apresentar sempre o prato mais saboroso, mas sempre haverá quem não goste e reclame do tempero. Assim somos nós, os humanos: seres complexos, cheios de vontades e particularidades que nos tornam maravilhosamente “únicos”.
E antes que eu me esqueça, a figura mostrada no início desse artigo ilustra o “causo” em que Arquimedes, um grego que viveu entre 287 e 212 antes de Cristo, saiu correndo pelado pelas ruas de sua cidade, Siracusa, após descobrir durante um banho de banheira a solução para um problema que lhe atormentava a mente e que acabou se tornando uma lei física, a lei do empuxo (ou princípio de Arquimedes). Se o “causo” for verdadeiro certamente Arquimedes será o primeiro grande exemplo de alguém que teve um aprendizado lúdico acompanhado de muito prazer, embora ainda não houvesse nenhuma pedagogia tratando disso.
Talvez ainda existam alguns alunos-Arquimedes que se maravilhem diante de uma nova descoberta, que passem a gostar da minha receita de berinjela ou, quem sabe, que possam me ensinar uma boa receita de quiabo... E se eu não puder acreditar nisso e nem ter prazer em tentar ensinar a minha disciplina, como poderei crer em qualquer pedagogia do prazer?

Por José Carlos Antonio      Atualizado em 3/22/2005
Dia Internacional da Mulher
Muito bom esse texto que o Profº Chafic me enviou. Compartilho-o com vocês.

Escrevi outros artigos expressando minha opinião sobre datas comemorativas. Apontei alguns dias cuja celebração não passa de artimanha consumista, sem fundamento  mais nobre para a sua instituição. Mas também ressaltei algumas datas cuja lembrança é fundamental. Uma dessas datas que concordo com a distinção no calendário é o Dia Internacional da Mulher, ao lado do Dia das Mães, entre outras datas realmente memoráveis.
Não é o caso, por exemplo, do Dia do Evangélico. Uma manobra política para lançar o nome de um deputado no cenário nacional, causando uma incoerência com os ensinamentos cristãos e sem qualquer necessidade  a não ser o de se acumular mais um dia sem trabalho no calendário da turba apóstata.
Mais do que um fato de importante proporção social, um dia para ser especial no calendário precisa conter, na minha opinião, uma causa que justifique sua razão de ser.  O Dia da Mulher tem todos os ingredientes que uma data precisa para ser memorável.
Na revolução insdustrial, com a contratação em massa de mão de obra feminina as mulheres trabalhadoras eram submetidas a péssimas condições de trabalho, incluindo exaustiva jornada de 16 horas diárias e remuneração equivalente a 1/3 do salário de um trabalhador do sexo masculino.
Por suas constantes reivindicações o movimento tomou corpo de insurreição e em 8 de março de 1857 130 tecelãs grevistas foram queimadas na fábrica onde trabalhavam em Nova York. Além desse fato, a história registra em 1917 um movimento de mulheres russas que também militavam por melhores condições de trabalho, além de tentar  persuadir  Lenin a não entrar na primeira grande guerra.
Desde a antiguidade até o século passado as mulheres ocupavam espaço secundário na vida social. Elas eram como "acessórios" de reis, imperadores e estadistas. No Oriente elas não podiam entrar nas sinagogas, suas orações não eram aceitas; e os sacerdotes fariseus oravam a Deus agradecendo por três coisas:  Por não ser gentio, por não ser escravo, e por não ter nascido mulher. Alguns grupos nômades enterravam  vivos seus recém-nascidos do sexo feminino, alegando que mulheres atraem forasteiros para roubá-las e escravizá-las, enquanto meninos era sinal de "bênçãos" do Senhor.
As mulheres foram e até os dias de hoje ainda são subjugadas pela sociedade, pelos seus patrões e até pelos seus consortes. O dia 8 é exatamente para não esquecermos disso e, ao contrário, zelar para que homens, mulheres, crianças e idosos tenham uma vida digna, sem distinção de raça, cor ou credo religioso.
Poderia citar outras várias razões pelas quais acredito ser digno de distinção o Dia Internacional da Mulher, estabelecido em 1975 pela ONU com base em uma série de fatos e eventos de grande relevância social, mas o pouco aqui lembrado é mais do que suficiente àqueles que são amigos da justiça, da paz e das boas virtudes.
A escolha do dia oito também foi femininamente providencial, embora seja o mesmo dia da grande queima daquelas operárias grevistas, observo que o próprio número oito (8), dentre os numerais arábicos, é o mais parecido com a mulher, em suas formas curvilíneas aviolonadas. é um número forte, gracioso, completo; quando visto na horizontal simboliza o infinito, tal qual são as emoções, capacidade criativa, inteligência e potencial das mulheres.
As Nações, os órgãos Públicos, o Setor Privado e o Terceiro Setor, ao contrário daqueles estúpidos e ignorantes americanos que queimaram suas operárias, descobriram que a mão de obra feminina é menos braçal, porém, mais diligente, mais meticulosa, mais glamorosa, mais humana e, portanto, com muito mais qualidade de operacionalização e finalização de processos sendo inúmeras vezes mais produtiva e rentável para todos. As estatísticas atestam esse perfil da mão de obra feminina quando apontam que atualmente mais de 53% dos cargos executivos no Brasil tem uma mulher no comando. A mulher é atualmente o gênero com maior escolaridade e, portanto, a categoria melhor preparada para prospecção funcional em todas as áreas.
Seja no acabamento da construção civil, na direção de um taxi ou de um caminhão, no serviço de limpeza e manutenção; seja como noviça, freira, missionária ou pastora; seja como secretária, supervisora, coordenadora, diretora ou professora; seja como executiva do lar, coach empresarial ou presidente do Brasil, aqueles que reconhecem o valor da mulher de bem, sabem a sorte que tem por tê-las por perto.

Nada mais justo às mulheres de bem terem um dia para chamar de seu! Parabéns a todas mulheres de bem pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado todo dia 8 de março, desde 1975.

Com flores,
                                   
Prof. Chafic Jbeili
http://www.unicead.com.br/
"Ser professor é encarar uma situação nova a cada da e transformá-la em uma realização bem-sucedida."